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O Vizinho

A vontade não era de escrever, apesar de me bater ao peito, aos neurônios e às mãos uma vontade que é uma mistura de sonho e memória, de paisagens e preocupações – e pequenas descobertas pouco importantes ou muito desimportantes. Lá fora chove, e mesmo que eu não diga que está chovendo lá fora, as coisas, materiais e imateriais, estão sendo lavadas pelas águas que caem. Mas de que adianta esta observação, se quando alguém ler essa afirmação não estiver caindo chuva alguma. A chuva tem sentido muito mais pelo cheiro, que pelo próprio estado líquido – tem pouco sabor olhar a chuva estando dentro d’algum lugar trancado em que não se pode sentir este cheiro de terra molhada, esses vapores que sempre trazem alguma lembrança. Moro sozinho e me divirto com o Vizinho, que me olha com carinho quando saio bem cedo, ou quando chego bem tarde. Às vezes jantamos ou almoçamos juntos, quando a comida sobra – ou quando cozinho para nós dois. Ele sorri, me ouve, brinca e até me dá conselhos quando...